Impressionantes e soturnos, ou por vezes alegóricos e vívidos, os contos do livro ‘Fantasmas’ impressionam pelo apuro estético e cinestésico. A narrativa dos oito contos que compõem ‘Fantasmas’, do autor Gledson Sousa, devora o leitor num estranho jogo de influências e estranhezas, curiosidade e perplexidade diante do inexplicável. Uma casa para apreciar o sabático; a vida intensa e efêmera das andorinhas; as sensações humanas de um fruto do bosque; a revolta dos cães; um terremoto sem explicação; a transformação de um homem; e os momentos de um doente no inóspito ambiente de um hospital – todos esses são os cenários que Gledson faz uso para mexer com as sensações do leitor. Um estranhamento com o mundo que também fortalece e intensifica o respeito a ele. A estrutura interna que sustenta a literatura do autor permeia também a dicotomia homem versus natureza, conhecido versus desconhecido, real versus espiritual, um amálgama que faz o leitor sentir, vividamente, as experiências íntimas dos personagens. O que encontramos ao fim da leitura é um misto de resignação e alívio, um prazer que apenas a boa literatura é capaz de proporcionar.

Edição: 1 | Ano: 2018 | ISBN: 978-85-5662-165-8.

Fantasmas

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Impressionantes e soturnos, ou por vezes alegóricos e vívidos, os contos do livro ‘Fantasmas’ impressionam pelo apuro estético e cinestésico. A narrativa dos oito contos que compõem ‘Fantasmas’, do autor Gledson Sousa, devora o leitor num estranho jogo de influências e estranhezas, curiosidade e perplexidade diante do inexplicável. Uma casa para apreciar o sabático; a vida intensa e efêmera das andorinhas; as sensações humanas de um fruto do bosque; a revolta dos cães; um terremoto sem explicação; a transformação de um homem; e os momentos de um doente no inóspito ambiente de um hospital – todos esses são os cenários que Gledson faz uso para mexer com as sensações do leitor. Um estranhamento com o mundo que também fortalece e intensifica o respeito a ele. A estrutura interna que sustenta a literatura do autor permeia também a dicotomia homem versus natureza, conhecido versus desconhecido, real versus espiritual, um amálgama que faz o leitor sentir, vividamente, as experiências íntimas dos personagens. O que encontramos ao fim da leitura é um misto de resignação e alívio, um prazer que apenas a boa literatura é capaz de proporcionar.

Edição: 1 | Ano: 2018 | ISBN: 978-85-5662-165-8.